Cistos ovarianos
Dr. Daniel Coelho
Cirurgião do aparelho digestivo
CRM-RN: 15270
RQE: 22897
Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD)
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM)
International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO) member
Quais as causas de cistos ovarianos?
Cistos ovarianos
Um cisto ovariano é uma formação anormal em um ou ambos os ovários que contém líquido, tecido ou ambos. Os cistos ovarianos são bastante comuns e geralmente são benignos, ou seja, não são cancerosos. Eles podem variar em tamanho, desde pequenos cistos que passam despercebidos até grandes cistos que podem causar sintomas e complicações.
Existem diferentes tipos de cistos ovarianos, incluindo:
Cistos funcionais: Esses são os tipos mais comuns de cistos ovarianos e geralmente se desenvolvem como parte do ciclo menstrual normal. Os cistos funcionais podem ser subdivididos em cistos foliculares, que se formam quando um folículo não libera um óvulo durante a ovulação, e cistos do corpo lúteo, que se formam quando o folículo liberou o óvulo, mas o local de onde o óvulo foi liberado se enche de líquido.
Cistos dermoides: Também conhecidos como cistos teratomas, esses cistos são formados a partir de células embrionárias e podem conter uma variedade de tecidos, como cabelo, pele e até mesmo tecido dentário.
Cistos endometrióticos: Também conhecidos como cistos de endometrioma, esses cistos são associados à endometriose, uma condição em que o tecido que normalmente reveste o útero cresce fora do útero. Os cistos endometrióticos ocorrem quando o tecido endometrial cresce dentro dos ovários.
Cistos de cistadenoma: Esses cistos são preenchidos com fluido e geralmente se desenvolvem nas células que revestem os ovários. Eles podem ser serosos ou mucinosos, dependendo do tipo de fluido que contêm.
Em muitos casos, os cistos ovarianos não causam sintomas e são descobertos durante exames pélvicos de rotina ou exames de imagem realizados por outros motivos. No entanto, em alguns casos, os cistos ovarianos podem causar sintomas como dor pélvica, desconforto abdominal, inchaço, alterações no ciclo menstrual ou sintomas urinários.
O diagnóstico de cistos ovarianos é geralmente feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia pélvica. Dependendo do tipo de cisto e dos sintomas apresentados, o médico pode recomendar monitoramento regular, tratamento medicamentoso para reduzir o tamanho do cisto ou cirurgia para remover o cisto.
É importante ressaltar que nem todos os cistos ovarianos são benignos, e alguns podem ser cancerosos. Se houver preocupação com a possibilidade de malignidade, o médico pode solicitar exames adicionais, como marcadores tumorais ou uma biópsia.
Se você suspeitar de um cisto ovariano ou tiver sintomas relacionados, é essencial procurar orientação médica especializada para uma avaliação adequada e discussão das opções de tratamento mais apropriadas para o seu caso.
Cistos ovarianos são geralmente tratados por ginecologistas, esses apresentam a formação completa para orientar o tratamento clínico, acompanhamento e tratamento cirúrgico quando necessário. O cirurgião do aparelho digestivo pode ajudar o ginecologista quando sintomas intestinais são presentes, quando há possível envolvimento do intestino ou quando aderências pélvicas associadas podem envolver ressecções cirúrgicas maiores. Cirurigões oncológicos também são profissionais que podem auxiliar o ginecologista quando houver a presença de tumores malignos.
Exames que podem ser necessários na avaliação de cistos ovarianos:
Ultrassonografia abdominal total
Ultrassonografia pélvica transvaginal
Doppler pélvico
Ressonância magnética nuclear
Tomografia computadorizada
Laparoscopia diagnóstica e terapêutica
Colonoscopia
Marcadores tumorais
Testes genéticos
Conclusões:
Cistos ovarianos podem variar desde cistos funcionais que não necessitam tratamento específico até mesmo cânceres de ovário. A avaliação especializada é fundamental para dirigir o diagnóstico e propor o acompanhamento adequado. A avaliação pode incluir outros profissionais além do ginecologista como cirurgião digestivo, cirurgião oncológico e oncologista clínico.
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